Apresentação: Percurso urbano descrito para o portal da VII Reunião de Antropologia MERCOSUL/RAM, realizada em Porto Alegre, em 2007.
Pontos de interesse: Museu de Porto Alegre, Travessa dos Açorianos, antiga Rua da Margem. Percurso urbano descrito para o portal da VII Reunião de Antropologia MERCOSUL/RAM, realizada em Porto Alegre, em 2007.
Início: 1ª Perimetral, limites inicias da Rua João Alfredo.
Fim: Avenida Praia de Belas com Rua da Republica
Duração: 2h, caminhada longa com subidas leves.
Autor: Olavo Marques
Tags: Rapsódias Urbanas
Contexto:
O bairro Cidade Baixa é um dos bairros centrais e mais antigos da cidade de Porto Alegre. A delimitação atual do bairro abrange as avenidas Praia de Belas, Getúlio Vargas, Venâncio Aires, João Pessoa e parte da Borges de Medeiros. Apesar das propostas de arruamento desde 1856, boa parte da Cidade Baixa permaneceu desabitada por vários anos, principalmente o trecho entre as atuais rua Venâncio Aires e Rua da República. Consistia em um terreno baixo e acidentado, cortado por árvores e capões, que dificultavam o trânsito e facilitavam os esconderijos. O lugar abrigava tanto escravos fugidos quanto bandidos. A implantação das linhas de bonde de tração animal, através do Caminho da Azenha (Av. João Pessoa) e da Rua da Margem (João Alfredo) contribuiu para a urbanização do local. A partir de1880 novas ruas foram inauguradas, como a Lopo Gonçalves e a Luiz Afonso. A atual rua Joaquim Nabuco também foi oficialmente aberta nessa época, batizada de Rua Venezianos, pois sediava o famoso grupo carnavalesco com o mesmo nome. O carnaval da Cidade Baixa era reconhecido e prestigiado na época, com destaque para os coros que movimentavam as ruas. Atualmente, o bairro se caracteriza pela grande quantidade de bares e é conhecido por ser lar dos boêmios da cidade, onde pode-se em todas as noites da semana aproveitar a madrugada, principalmente nas ruas General Lima e Silva, República e João Alfredo. Situa-se próximo ao Parque Farroupilha (também conhecido como Redenção), uma das áreas mais arborizadas da capital gaúcha. A proximidade do campus antigo da UFRGS favorece a concentração de universitários, intelectuais e artistas.
Inicio: Percorre-se, neste trajeto, caminhos de uma região de Porto Alegre antigamente reconhecida como Areal da Baronesa. Região de baixada ou várzea, cercada pelas águas, esta porção da cidade remonta um bairro popular, negro e boêmio, palco de carnavais de rua. Atualmente, permanece um local boêmio e noturno; entretanto, há um interessante circuito cultural a ser percorrido durante o dia, contando com museus, igrejas, ruas históricas, casarios de porta e janela. È fácil chegar à Cidade Baixa, bairro adjacente ao Campus Central da UFRGS. Como referência, as avenidas João Pessoa e I Perimetral possuem grande circulação de ônibus e lotações, principalmente para quem vem do Centro, da Zona Sul e Zona Leste (região Partenon). Quem vem da Zona Norte pode tomar a linha T7, da Cia. Carris, que segue as ruas Nilo Peçanha e Protásio Alves. Iniciamos o trajeto na Rua João Alfredo (antiga Rua da Margem). Curva e característica por seu casario assobradado geminado, esta rua seguia o curso do Riachinho, retificado na dec. de 50. Siga-a na direção oposta à I Perimetral, até o Museu de Porto Alegre (Joaquim José Felizardo), localizado no nº 582. Obras de referência sobre a história do Município fazem parte do Museu, assim como a fototeca Sioma Breitman - que abriga importantes documentos fotográficos de profissionais porto-alegrenses a partir do século 19 - e a Biblioteca Walter Spalding - que inclui a coleção bibliográfica daquele historiador. Destaque para a arquitetura do prédio, construído em meados do século 19, pelo comerciante Lopo Gonçalves – por isso recebe o nome Solar Lopo Gonçalves. Estes solares eram as luxuosas habitações das chácaras que ocupavam a região antes de seu loteamento, que data de fins do Séc. XIX. Siga pela João Alfredo e dobre a esquerda na Rua Lopo Goçalves; siga-a por alguns metros e à direita conhecerá a famosa Travessa dos Venezianos, que liga as Ruas Lopo Gonçalves e Joaquim Nabuco. Novamente, destaque para as casas geminadas, de “porta e janela” ou “em fita”, muitas das quais são tombadas como patrimônio do município. No local, há cafés, ateliers de artistas plásticos e uma casa de religião afro. As casas eram originalmente de aluguel, e abrigavam populações pobres e tipos populares, como prostitutas, jornaleiros, pais-de-santo, prestadores de serviço, etc. Retorne pela Lopo Gonçalves, atravesse a João Alfredo e vire à esquerda na Travessa Pesqueiro. Seguindo-a, atravesse a arborizada Av. Aureliano Figueiredo Pinto e dobre à direita na Rua Barão do Gravataí; Vire à esquerda na primeira esquina, na Rua Baronesa do Gravataí. No meio da quadra, a esquerda, encontrará a Av. Luís Guaranha, comunidade remanescente de quilombo, legatária do Areal da Baronesa (antigo território negro de Porto Alegre, descaracterizado ao longo do Séc. XX). O Areal se formou com o loteamento das chácaras da região, entre elas a chácara dos Barões de Gravataí – o que explica os nomes das ruas e mesmo do bairro. Da mesma forma que a Travessa Pesqueiro, é uma das últimas representantes destas antigas formas características de habitação popular na área (que os antigos moradores denominam avenidas). Destaque para os casarões de esquina, cuja arquitetura destaca-se das casas do entorno.Diferentemente da Travessa dos Venezianos, as casa da Luís Guaranha eram de madeira e sucumbiram à ação do tempo, sendo reconstruídas ou demolidas, dando lugar a novas construções. Retorne até a Baroneza do Gravataí e vire à esquerda, seguindo-a até a Av. Praia de Belas. Vire à direita e adiante encontrará a Fundação Pão dos Pobres, na esquina com a Rua da República, nº 801. Esta antiga fundação inclui trabalhos de Assistência Social, orfanato, escola, oficinas, etc. Destaque para a arquitetura requintada. Este antigo prédio era moradia da Baronesa do Gravataí, e, após sua morte, tornou-se organização social que há mais de um século vem desenvolvendo trabalhos com populações pobres e marginalizadas.
Pontos de interesse: Museu de Porto Alegre, Travessa dos Açorianos, antiga Rua da Margem. Percurso urbano descrito para o portal da VII Reunião de Antropologia MERCOSUL/RAM, realizada em Porto Alegre, em 2007.
Início: 1ª Perimetral, limites inicias da Rua João Alfredo.
Fim: Avenida Praia de Belas com Rua da Republica
Duração: 2h, caminhada longa com subidas leves.
Autor: Olavo Marques
Tags: Rapsódias Urbanas
Contexto:
O bairro Cidade Baixa é um dos bairros centrais e mais antigos da cidade de Porto Alegre. A delimitação atual do bairro abrange as avenidas Praia de Belas, Getúlio Vargas, Venâncio Aires, João Pessoa e parte da Borges de Medeiros. Apesar das propostas de arruamento desde 1856, boa parte da Cidade Baixa permaneceu desabitada por vários anos, principalmente o trecho entre as atuais rua Venâncio Aires e Rua da República. Consistia em um terreno baixo e acidentado, cortado por árvores e capões, que dificultavam o trânsito e facilitavam os esconderijos. O lugar abrigava tanto escravos fugidos quanto bandidos. A implantação das linhas de bonde de tração animal, através do Caminho da Azenha (Av. João Pessoa) e da Rua da Margem (João Alfredo) contribuiu para a urbanização do local. A partir de1880 novas ruas foram inauguradas, como a Lopo Gonçalves e a Luiz Afonso. A atual rua Joaquim Nabuco também foi oficialmente aberta nessa época, batizada de Rua Venezianos, pois sediava o famoso grupo carnavalesco com o mesmo nome. O carnaval da Cidade Baixa era reconhecido e prestigiado na época, com destaque para os coros que movimentavam as ruas. Atualmente, o bairro se caracteriza pela grande quantidade de bares e é conhecido por ser lar dos boêmios da cidade, onde pode-se em todas as noites da semana aproveitar a madrugada, principalmente nas ruas General Lima e Silva, República e João Alfredo. Situa-se próximo ao Parque Farroupilha (também conhecido como Redenção), uma das áreas mais arborizadas da capital gaúcha. A proximidade do campus antigo da UFRGS favorece a concentração de universitários, intelectuais e artistas.
Inicio: Percorre-se, neste trajeto, caminhos de uma região de Porto Alegre antigamente reconhecida como Areal da Baronesa. Região de baixada ou várzea, cercada pelas águas, esta porção da cidade remonta um bairro popular, negro e boêmio, palco de carnavais de rua. Atualmente, permanece um local boêmio e noturno; entretanto, há um interessante circuito cultural a ser percorrido durante o dia, contando com museus, igrejas, ruas históricas, casarios de porta e janela. È fácil chegar à Cidade Baixa, bairro adjacente ao Campus Central da UFRGS. Como referência, as avenidas João Pessoa e I Perimetral possuem grande circulação de ônibus e lotações, principalmente para quem vem do Centro, da Zona Sul e Zona Leste (região Partenon). Quem vem da Zona Norte pode tomar a linha T7, da Cia. Carris, que segue as ruas Nilo Peçanha e Protásio Alves. Iniciamos o trajeto na Rua João Alfredo (antiga Rua da Margem). Curva e característica por seu casario assobradado geminado, esta rua seguia o curso do Riachinho, retificado na dec. de 50. Siga-a na direção oposta à I Perimetral, até o Museu de Porto Alegre (Joaquim José Felizardo), localizado no nº 582. Obras de referência sobre a história do Município fazem parte do Museu, assim como a fototeca Sioma Breitman - que abriga importantes documentos fotográficos de profissionais porto-alegrenses a partir do século 19 - e a Biblioteca Walter Spalding - que inclui a coleção bibliográfica daquele historiador. Destaque para a arquitetura do prédio, construído em meados do século 19, pelo comerciante Lopo Gonçalves – por isso recebe o nome Solar Lopo Gonçalves. Estes solares eram as luxuosas habitações das chácaras que ocupavam a região antes de seu loteamento, que data de fins do Séc. XIX. Siga pela João Alfredo e dobre a esquerda na Rua Lopo Goçalves; siga-a por alguns metros e à direita conhecerá a famosa Travessa dos Venezianos, que liga as Ruas Lopo Gonçalves e Joaquim Nabuco. Novamente, destaque para as casas geminadas, de “porta e janela” ou “em fita”, muitas das quais são tombadas como patrimônio do município. No local, há cafés, ateliers de artistas plásticos e uma casa de religião afro. As casas eram originalmente de aluguel, e abrigavam populações pobres e tipos populares, como prostitutas, jornaleiros, pais-de-santo, prestadores de serviço, etc. Retorne pela Lopo Gonçalves, atravesse a João Alfredo e vire à esquerda na Travessa Pesqueiro. Seguindo-a, atravesse a arborizada Av. Aureliano Figueiredo Pinto e dobre à direita na Rua Barão do Gravataí; Vire à esquerda na primeira esquina, na Rua Baronesa do Gravataí. No meio da quadra, a esquerda, encontrará a Av. Luís Guaranha, comunidade remanescente de quilombo, legatária do Areal da Baronesa (antigo território negro de Porto Alegre, descaracterizado ao longo do Séc. XX). O Areal se formou com o loteamento das chácaras da região, entre elas a chácara dos Barões de Gravataí – o que explica os nomes das ruas e mesmo do bairro. Da mesma forma que a Travessa Pesqueiro, é uma das últimas representantes destas antigas formas características de habitação popular na área (que os antigos moradores denominam avenidas). Destaque para os casarões de esquina, cuja arquitetura destaca-se das casas do entorno.Diferentemente da Travessa dos Venezianos, as casa da Luís Guaranha eram de madeira e sucumbiram à ação do tempo, sendo reconstruídas ou demolidas, dando lugar a novas construções. Retorne até a Baroneza do Gravataí e vire à esquerda, seguindo-a até a Av. Praia de Belas. Vire à direita e adiante encontrará a Fundação Pão dos Pobres, na esquina com a Rua da República, nº 801. Esta antiga fundação inclui trabalhos de Assistência Social, orfanato, escola, oficinas, etc. Destaque para a arquitetura requintada. Este antigo prédio era moradia da Baronesa do Gravataí, e, após sua morte, tornou-se organização social que há mais de um século vem desenvolvendo trabalhos com populações pobres e marginalizadas.
bem legal
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